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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Entrevistando uma Crossdresser - Anna Kairo

Quero começar o mês de junho de 2015 de uma forma um pouco diferente. Vamos entrevistar nossas colegas e amigas Crossdresseres. De brinde, vai uma contra-entrevista, assim, cada uma conhece um pouco mais sobre mim!

A começar, quero ter a horna de apresentar minha primeira amiga, que conheci virtualmente em janeiro deste ano. Anna Kairo.

Ela é a responsável pelo Blog Diário Crossdresser, um blog bem completo no assunto. Vamos conhecer um pouco de Anna Kairo?

1) Diga-me seu nome, idade atual e cidade onde reside?
R: Anna Crossdresser, 30 anos, Mogi das Cruzes.

2) Qual é a sua profissão atualmente além de Crossdresser?
R:  Analista de Sistemas.
3) Quando descobriste que era Crossdresser e como tudo começou?
R: Na infância. Tudo começou quando eu observava o jeito das meninas, o modo como agiam, como se vestiam, como falavam e percebi que era assim que eu deveria ser. Então, logo percebi a diferença entre meninos e meninas e vi que não me encaixava muito no estilo menino de ser, queria mesmo era ser uma menina e fazer tudo o que as meninas faziam. Mas como eu sou menino não podia ser como gostaria, e mantive retraído o meu desejo, falando, agindo e me vestindo como menina escondida. Só na adolescência aprendi sobre o termo "crossdresser" e vi que eu não era a única que me sentia dessa forma.
4) Você possui amizades no mundo Crossdresser? Como fazer amizades neste universo?
R:  Sim, tenho amizades nesse mundo. O melhor modo de fazer amizades ou é frequentando lugares onde se reúnem, como bares e baladas específicas. Ou pela internet.
5) Quais são as dificuldades enfrentadas por uma Crossdresser?
R:  Dificuldades, todas! Não poder assumir, dificuldade em criar amizades, comprar e guardas as roupas, conciliar os dois estilos de vida, enfim, são muitas dificuldades.
6) Qual seria o seu maior sonho?
R:  É poder viver como mulher e não ser criticada por isso.

7) Que palavras você daria para quem está começando (como eu) e o que você pode fazer para motivar novas Crossdresseres?
R: Primeiro, nunca desista. Sempre vai existir momentos de dificuldades mas não deixe isso reprimir seus desejos e sonhos. O que posso fazer é usar minha experiência para orientar e dar conselhos. Uso o meu blog para isso.
Bem,

agora é a minha vez.

1) Diga-me seu nome, idade atual e cidade onde reside?
R: Meu nome é Kelly Cristina Martins, tenho 35 aninhos e moro em São José dos Campos-SP.
 
2) Qual é a sua profissão atualmente além de Crossdresser?
R: Sou Administradora de Empresas (bacharel), também técnica em Eletrônica e Informática.
 
3) Quando descobriste que era Crossdresser e como tudo começou?
R: Foi com cinco anos, quando vesti uma saia de minha mãe. Cresci em uma família muito tradicional e muito conservadora. Quando tinha 15 anos descobri que o universo feminino era a minha praia. Via as meninas e queria ser uma delas. Mas a repressão familiar me fez postergar este desejo. Assumi publicamente como Crossdresser em janeiro de 2015, há apenas cinco meses, mas ainda não estou ideal. Há muita coisa a se fazer.
 
4) Você possui amizades no mundo Crossdresser? Como fazer amizades neste universo?
R: Apenas virtual. Você, Anna, que eu sonho em conhecer pessoalmente em breve; a Sttefanne Camp, Freyja Mirijana, uma senhora que eu conheci pessoalmente aqui em São José dos Campos, mas não somos amigas, Melina Britto, de Curitiba, Erika Crossdresser de Santo André, e...acho que é só.
Não é fácil fazer amizade neste mundo. Há o medo e o receio de ser descoberta, ter a identidade sapal revelada. Mas a confiança é necessária, afinal, uma crossdresser só não faz verão. Eu queria fazer mais e mais amizade neste meio, mas como aqui em minha cidade não ocorre encontros e eventos, fica muito difícil.
 
5) Quais são as dificuldades enfrentadas por uma Crossdresser iniciante?
R: Muitas. A primeira, é montar o look, ver o que gosta, o que sente bem. Comprar a roupa do tamanho certo, na cor certa. A segunda é ser aceita. Muitos ainda tem aquele tabu de nos comparar à garotas de programa. O Crossdressing, para mim, é um hobby, uma arte. Me sinto bem sendo Kelly, me sinto bem sendo mulher. Uma outra dificuldade que eu tenho, é dividir o tempo entre o Sapo e a Kelly. Ser funcionária pública toma tempo, mas, faço muitos malabarismos para que eu possa ter a Kelly sempre bem viva, mesmo que for para usar apenas uma única peça.
 
6) Qual seria o seu maior sonho?
R: Hum...Ser Kelly integralmente, 24 horas por dia, sem ser criticada pelas minhas roupas ou decisão. Poder ter perto de mim todas as amigas crossdresseres e receber o carinho e dedicação delas. Ter muitas amigas trans.
 

7) Conte sua experiência no mundo crossdresser e o que te motiva?
R: Sou novata, estou engatinhando. Há umas coisinhas para acertar como depilação, maquiagem, perucas, mas, o que me anima e motiva, é o prazer de sentir Kelly. E ter fé. Fé na vida, nos amigos, nas coisas que gostamos e amamos. E não desistir, jamais. Se os pais não te aceitam, como ocorreu comigo, não desanime. Fiz amigas aqui na internet, e este blog é para compartilhar ideias. E este blog é para todas nós. Somos uma sociedade. Sociedade Crossdresser.
 
Anna, muito obrigada pela entrevista.




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