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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Informação contra preconceituosos

Informação contra preconceitos

Por muito tempo, a única referência de transgênero para grande parte dos brasileiros foi a atriz Roberta Close – que recentemente revelou, na verdade, ser hermafrodita. Mas, nos últimos anos, essa parcela quase invisível da população passou a ser mais reconhecida: personalidades como a cartunista Laerte, a modelo Léa T., o ator Thammy Miranda, e Caitlyn Jenner, que antes era conhecida como o ex-campeão olímpico Bruce Jenner, vieram a público assumindo seu gênero. O assunto também passou a ser discutido na TV de forma mais profunda, em séries como "Orange Is The New Black", "Transparent" (vencedora de dois prêmios Emmy) e "I Am Cait".



Longe da visão estereotipada adotada por muitos humorísticos, essas novas representações têm contribuído não só como espelho para pessoas trans, como também para ajudar a tornar esse grupo mais visível para a população cisgênera (cuja identidade de gênero corresponde ao sexo designado biologicamente), na opinião de famosos e anônimos ouvidos pelo UOL.

Laerte passou anos bloqueando sua homossexualidade antes de aceitá-la e, depois, assumir sua transgeneiridade, em 2011, em um processo que descreve como uma "segunda libertação". E diz que é necessário haver modelos que mostrem de forma positiva tanto a orientação sexual quanto a identidade de gênero. "Quando eu era jovem, começando minha vida sexual, só existiam modelos negativos, eram retratados como coisas negativas. A homossexualidade era vista como doença, um problema seríssimo, um desgosto pros familiares, uma vergonha. E acho muito importante que esses modelos sejam positivos hoje. De pessoas que estão felizes, que estão bem, que não são doentes, não são criminosas, não são pecadoras".

Foi com a ajuda de várias ativistas da causa, aliás, que a cartunista conduziu seu processo transição – e hoje fica feliz por servir de referência para outras pessoas que passam pelo mesmo. "Me deixa muito satisfeita de ter produzido este efeito, porque é sempre muito libertador – assim como outras pessoas produziram esse efeito em mim. Eu não fiz o meu movimento sozinha. Me beneficiei de exemplos, ajudas e forças variadas: Márcia Rocha, Letícia Lanz, Maitê Schneider, que hoje são minhas companheiras de movimentos. Essa parte inicial de compreender a natureza da transgeneiridade, dar os primeiros passos, fazer as primeiras incursões publicas, vencer esse medo que é um medo interior, da gente mesma de se aceitar, isso quem me ajudou foram essas pessoas".

A falta de pessoas que falassem abertamente sobre identidade de gênero foi um problema para Thammy Miranda, que retirou os seios no final de 2014 e, neste ano, pediu para ser tratado no masculino. "Acontece de, quando você está no processo da descoberta, não saber o que esta acontecendo com você", conta. "Você sabe o que você não quer em você, mas você não sabe o que isso significa, pelo menos eu não sabia. A única coisa que eu achava, depois que comecei a pesquisar, era sobre os gringos, muitas trans gringas que fazem vídeos caseiros mesmo. E aí que fui entendo o que era, porque aqui no Brasil não era divulgado. Acho que a divulgação ajuda por conta disso".

Doutoranda da Unicamp, prostituta e ativista, Amara Moira se assumiu como trans há um ano e meio, quando tinha 29 anos, e passou a entender melhor o momento que vivia tendo Laerte e outras ativistas como referência. "Geralmente a gente pensa que a pessoa desde criancinha está tentando, sempre deu mostras. Eu nunca dei mostras. E aí você vê o caso de uma pessoa que viveu o que eu vivi. Foi importantíssimo ver os quadrinhos dela, ver como ela ia trabalhando siso de forma artística. E depois ver essas pessoas que iam surgindo nas redes sociais, a Travesti reflexiva, a Daniela Andrade. São figuras que eu fui olhando e pensando 'nossa, isso é muito próximo do que estou vivendo, do que estou querendo viver'".

Esta é a minha amiga Amara Moira, de Campinas-SP. Um super beijo para você!

Informação e preconceitos

Além de oferecer mais modelos com os quais pessoas transgêneras possam se identificar, a visibilidade entre famosos e em produções da TV e do cinema também ajuda a levar ao grande público mais informações sobre esse grupo – algo importante no país que mais mata transgêneros no mundo. De acordo com levantamento feito pela ONG Transgender Europe, 689 foram assassinados no Brasil entre 2008 e 2014.

"Muito da violência que a gente sofre tem a ver com o fato de as pessoas não estarem acostumadas a conviverem com a gente, a verem a gente", afirma Amara Moira. Por isso, uma maior presença de personalidades trans acaba trazendo mais consciência – dos dois lados: "Às vezes, a gente acha que o fato de a Laerte existir estimula a transexualidade, mas na verdade estimula a sair do armário, não estimula a virar nada. Com isso, a sociedade inteira vai olhando. Minha mãe olha para a Laerte e fala 'Minha filha vive algo parecido com isso, minha filha não é única, essas pessoas podem e devem ser respeitadas'. Muda bastante. Não só para nós, como para as pessoas ao nosso redor".

A atriz e modelo Carol Marra, no ar na série "Romance Policial – Espinoza", concorda, e diz que ainda há muita ignorância a respeito da população trans: "Tudo que é desconhecido, gera certa 'estranheza'. O preconceito surge da falta de informação. Acho importante nós, como pessoas públicas, levarmos o tema, por exemplo, para um debate de um jantar em família, roda de bar... A sociedade como um todo não sabe diferenciar uma transexual de uma travesti, drag queen ou mesmo de um gay. E, infelizmente, a primeira imagem associada é a de uma profissional do sexo. Muitas transexuais não se compreendem ou se tornam compreendidas".

Nem sempre, porém, a maior informação se traduz em aceitação – e nem sempre as representações de pessoas trans são positivas. "Trazer essa vivência à luz do dia traz mais esclarecimento da população do que tolerância, porque a tolerância parte mais do indivíduo", avalia a atriz e ativista Wallace Ruy. "E se trazer para a mídia temas trans não quer dizer que vem de uma maneira positiva. Em novelas, principalmente, a gente não vê pessoas trans representando pessoas trans. Você vê que há uma representação muito caricata".

E ainda há lugares que são quase que inacessíveis às pessoas trans na mídia, como é o caso de programas jornalísticos. "Por que não apresentando programa infantil? Porque sempre se associa ao transgressor, aí não pode. Não pode apresentar o jornal porque é algo sério, e a notícia que sai da minha boca tem um peso menor. E aí que mora o problema, porque isso está condicionando à minha identidade, à minha representatividade de gênero. É um grande absurdo ver isso hoje. Mas foi assim com a população gay, foi com a população negra".

Fonte: tvefamosos.uol.com.br.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Crianças transgêneros...a dura realidade delas abordada na reportagem do Fantástico

Para completar 5.500 acessos e 50 posts, trago a reportagem do dia 20/09/215 que foi divulgada no Fantástico, sobre crianças transgêneros...



Para quem não assistiu, segue o vídeo.

Sinceramente, eu, não pude passar por este mesmo procedimento em minha adolescência, mas, hoje, sei que eu posso ainda ter a esperança de chegar lá...

sábado, 10 de outubro de 2015

  • Texto e reportagem extraído de:
em 10/10/15 às 16h38.

  • O crossdresser não quer ser o sexo oposto, mas vivenciar as mesmas sensações
    O crossdresser não quer ser o sexo oposto, mas vivenciar as mesmas sensações
Casado há 19 anos e pai de um adolescente de 13, o administrador de empresas Rodolfo*, 45, precisa usar terno e gravata todos os dias por causa do trabalho. Aos sábados, enquanto a mulher está no trabalho e o filho com os amigos, ele aproveita a tranquilidade da casa para colocar vestido, meias finas, escarpins e se maquiar com capricho. Terminada a produção, dedica-se a admirar sua versão feminina no amplo espelho do quarto de casal. "Tenho prazer em me ver bonita", afirma.

O que você faria se flagrasse seu marido vestido de mulher?

6.016 votos
O engenheiro Márcio*, 36, volta e meia esconde sob suas calças jeans uma calcinha delicada de renda ou de seda. "Sempre fico com receio de que alguém perceba algo, mas a sensação que as peças femininas me provocam acaba falando mais alto", diz.

Tanto Rodolfo quanto Márcio não são gays: ambos fazem questão de afirmar que nunca tiveram experiências homoafetivas, mas que não teriam nenhum problema em se revelar homossexuais. No entanto, preferem manter o fetiche de se vestirem com peças femininas em segredo, por temerem o preconceito.

Os especialistas afirmam que é complicado --e leviano-- dar nomenclaturas a práticas e preferências relacionadas à sexualidade. Até porque nenhuma pessoa é igual à outra, e, entre aquelas que se identificam com as mesmas coisas, cada uma tem suas peculiaridades. É nesse cenário que se destacam os crossdressers como Rodolfo e Márcio.

Travestismo --palavra mais adequada à prática-- é uma atividade inteiramente distinta e independente da orientação sexual de uma pessoa. De acordo com o terapeuta sexual Oswaldo Martins Rodrigues Jr., diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade) e autor do livro "Parafilias – Das Perversões às Variações Sexuais" (Zagodoni Editora), o termo foi cunhado pelo médico alemão Magnus Hirschfekd (1868-1935), em 1910, para designar quem tem prazer em se vestir com roupas do sexo oposto.

Experimentar

Embora à primeira vista pareça o contrário, crossdressers não desejam ser o sexo oposto. "Eles almejam experimentar as sensações que o outro sexo experimenta. Vivenciar o que sentem", declara o psiquiatra e terapeuta Carlos Eduardo Carrion, de Porto Alegre.

"É difícil tecer uma definição fechada sobre a prática. Há crossdressers que se vestem pelo prazer de estarem montados. Outros podem ter propósitos diferentes, como encontrar parcerias sexuais. Alguns preferem ceder a seus desejos apenas entre quatro paredes, enquanto que para outros sair na rua montados é fundamental", afirma Anna Paula Vencato, doutora em antropologia social e pesquisadora associada do Núcleo de Pesquisa em Diferenças, Gênero e Sexualidade da Usfcar (Universidade Federal de São Carlos).

O universo de possibilidades é amplo. "Quando em paz com seu desejo, crossdressers sentem excitação e realização sexual. Porém, muitos ainda têm vergonha e culpa", declara o psicólogo Klecius Borges, autor de "Muito Além do Arco-íris – Amor, Sexo e Relacionamento na Terapia Homoafetiva (Edições GLS).

Parceiras sabem da prática

Entre os crossdressers que têm relacionamento estável não são poucos os que compartilham a prática com as parceiras (existem crossdressers do sexo feminino, mas são mais raras). Há também as que sabem e eventualmente apoiam sem, no entanto, participar da "montação".

Segundo Rodolfo, é nesse perfil que se encaixa sua mulher. Ele pratica o crossdressing há oito anos, mas só em 2012 teve coragem de relatar a predileção à companheira. "Ela ficou chocada e saiu um tempo de casa. Depois de conversarmos muito, aceitou. Não é algo que a deixe confortável, e ela tem medo de que nosso filho e que os amigos descubram, mas não me julga. E não quer participar também, o que me deixa mais à vontade", fala o administrador.

Rodolfo afirma que não costuma se masturbar quando se monta, que o fato de se admirar é o suficiente. Mas existem os que precisam atingir o orgasmo para se sentirem satisfeitos, os que transam com a parceira com roupa íntima feminina, os que pedem para a mulher tratá-los como outra mulher...

Eliane Cherman Kogut, autora da tese "Crossdressing Masculino – Uma Visão Psicanalítica da Sexualidade Crossdresser" (2006), para o doutorado em psicologia clínica pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, fala que várias parceiras toleram e participam, mas apresentam desconforto, temor que o par seja homossexual e insegurança em relação ao seu afeto e desejo.

O engenheiro Márcio conta que tentou inverter os papéis na cama com uma antiga namorada, com ambos usando peças íntimas do sexo oposto, mas que não aconteceu da maneira que esperava. "Ela se sentiu culpada e colocou em xeque meus sentimentos. No fim, a experiência foi tão ruim que acabamos terminando", diz. Segundo ele, a atual parceira sabe que ele gosta de usar lingerie de vez em quando, mas afirma que isso não a abala. "A mente dela é mais aberta."
*Nomes fictícios para preservar a identidade dos entrevistados.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Mudança de gênero é o mais recente benefício empresarial

Créditos da reportagem:

http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/mudanca-de-genero-e-mais-recente-beneficio-empresarial
21/09/2015 20:55
 AFP
Bandeira do movimento LGBT
Movimento LGBT: o benefício é um modo relativamente barato de mostrar que empresas estão levando a sério a diversidade da força de trabalho porque muito poucas pessoas de fato os utilizam

As empresas dos EUA estão adicionando rapidamente benefícios de seguro de saúde para os funcionários que queiram mudar de gênero, um modo relativamente barato de mostrar que estão levando a sério a diversidade da força de trabalho porque muito poucas pessoas de fato os utilizam.
Mais de 415 de cerca de 780 firmas consultadas em relação à cordialidade para com funcionários que são lésbicas, gays, bissexuais e transexuais agora cobrem procedimentos afins, como tratamento hormonal e cirurgias de mudança de gênero, de acordo com a Human Rights Campaign (HRC).
É mais que o dobro do número em 2012 e mais do que somente 49 em 2009.

Netflix Inc., Facebook Inc. e Tesla Motors Inc. estão entre as 82 companhias que se incorporaram neste ano à lista da HRC, com sede em Washington.
A Wal-Mart Stores Inc. poderia analisar a inclusão desses benefícios no futuro; o Goldman Sachs Group Inc. oferece-os desde 2008, disseram as empresas.
“Está virando uma espécie de corrida para ver quem se compromete mais do que os outros” com as iniciativas em prol da diversidade, disse James Baron, um professor que estuda recursos humanos na Faculdade de Administração de Yale.
“Comprometer-se com essa forma de igualdade possibilita que as empresas tenham mais munição sem implicações de custo terrivelmente profundas”.
As pessoas transexuais ganharam visibilidade neste ano com a mudança de sexo de Caitlyn Jenner, ex-campeã olímpica que se tornou mulher, e com o amplo apoio público aos direitos LGBT durante batalhas judiciais muito comentadas.
O Tribunal Supremo dos EUA legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em junho. Os empregadores, por sua vez, estão muito conscientes da necessidade de atrair pessoas e conservar os trabalhadores que querem uma atmosfera inclusiva.
Poucos casos
Um em cada 10.000 a 20.000 funcionários costuma utilizar a cobertura de mudança de gênero por ano, de acordo com uma pesquisa feita por Jody Herman, que investiga leis e políticas públicas relativas à identidade de gênero na Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
Desde que as faculdades da Universidade da Califórnia adotaram esses benefícios em 2005, menos de uma dúzia de pessoas por ano, entre mais de 100.000, utilizaram esses recursos, de acordo com um relatório do Departamento de Seguro da Califórnia.
O custo médio das solicitações foi de US$ 29.929.
A HRC, o grupo de defesa, reúne dados relativos aos benefícios para funcionários LGBT de centenas de companhias a cada ano. Uma pontuação perfeita no chamado índice de igualdade corporativa é de 100 pontos, um marco que muda periodicamente à medida que o grupo adiciona mais critérios.
Para entrar na lista das empresas que oferecem cobertura transgênero neste ano é necessário fornecer pelo menos US$ 75.000 em benefícios afins e atender a outros padrões de assistência, como oferecer aconselhamento.
O governo dos EUA propôs novas leis que impediriam que a maioria das companhias de seguro neguem categoricamente a cobertura para tratamentos que podem ajudar as pessoas a mudar de gênero.
As leis não obrigariam as seguradoras a pagar por todos os procedimentos, embora provavelmente impliquem uma cobertura mais ampla para alguns tratamentos, como a terapia hormonal.
Pressão dos pares
Independentemente de quais sejam as regulamentações, é provável que a pressão dos pares leve mais empresas grandes a aderirem, disse David Mayer, um professor de administração da Universidade de Michigan que estuda a diversidade no ambiente de trabalho.
“Outras empresas sentem que deveriam e precisariam oferecer benefícios semelhantes”, disse ele.
Erica Lachowitz, 39, disse que precisou pedir emprestado parte dos US$ 50.000 que gastou em cirurgias faciais para sua transição de homem a mulher, que, segundo ela calcula, acabou custando cerca de US$ 100.000.
A empregadora dela, uma empresa de fabricação de portas, oferece seguro de saúde, mas não cobre os procedimentos de transição.
“Se as empresas seguradoras pagarem a conta, ficará mais fácil preservar mais relacionamentos” em casa, disse ela.
“Isso acaba com uma enorme carga de estresse para a pessoa que vê isso e pensa: ‘Posso fazer isso’”.

domingo, 13 de setembro de 2015

A História de uma Crossdresser

É...tudo começou em março de 2015. Parecia um sonho muito distante. Lembro-me da primeira vez em que eu procurei na internet "homens que se vestem de mulher"... :bounce:
E o que eu encontrei? O Blog da Anna Kairo. E assim começou tudo! Desde meus cinco anos, eu era assim: uma menina em um corpo de menino, que era obrigada a usar roupas de menino por ostentação familiar.
O tempo passou, mas ela, dentro de mim, sobreviveu calada, sofrendo, presa em um armário de 0,25 m3, chorava amargurada querendo ver a cor do sol, a cor do céu, a luz, o luar, as pessoas, o mundo. Havia uma parede muito grossa de concreto, e uma algema em seus pés, mas ela não desistiu da vida. Esta menina cresceu, se desenvolveu, e, em 2003, quase foi liberta. 
Ela ficou deprimida, sentia que seu "noivo" precisava dela, e o chamou, chamou, chamou, até que em 2011, um lampejo de esperança surgiu. Neste ano, comecei a comprar minhas primeiras roupas femininas. Um vestido curto de oncinha, e uma saia longa verde. Assim, aos poucos foi surgindo, aquela que é a Guerreira. Muitos não deixaram ela querer viver, querer libertar-se, mas, em vão tentaram. Ela foi perseguida, maltratada, humilhada, judiada, mas, sobreviveu. Ela sofreu preconceitos, recebeu nomes levianos, nomes proibidos de serem citados em um imponente fórum, que hoje, ela é moderadora. Mas ela está aí, pronta para voar, deu seu grito de liberdade; sofreu preconceitos na família, no emprego e na sociedade.

Ao conhecer a Anna Kairo, também pôde conhecer uma outra pessoa que se tornou muito amiga e companheira: a Erika Cristina, que a convidou para este fórum, que, a Kelly, aprendeu a ser uma mulher.

Um dia, ela conheceu uma amiga, de longe, chamada Sttefanne :lol:, e as coisas mudaram. Ela ganhou da Sttefanne, uma marreta e dois quilos de dinamite :affraid:, que no qual explodiu sua prisão, e se libertou em Campinas, no dia 24 de julho de 2015. Com a ajuda de outras amigas como a Aline Cândido, e Natália Rossi, se firmou, e agora, com a ajuda de novos amigos, como Maria Angélica, se solidificará como pessoa. 

Ela ensinou o seu príncipe sapo a amar, e a se amar, onde ele não havia esperança, e a esperança estava dentro de si. Ela está cativando as pessoas, ensinando o bem, e pregando o amor, a fé e a esperança....

Há muito o que fazer ainda, mas, aos poucos, ela chegará lá! Não vou dizer que o seu caminho será rosas, mas, as pedras e espinhos e as agruras não lhe derrubarão e nem a farão desanimar...

Em nome do príncipe Sapo, e principalmente em nome de todas as amigas do fórum, principalmente aquelas que direta ou indiretamente contribuíram para a existência da Kelly, como pessoa, (Sttefanne, Aline, Erika, Nath, Maria Angélica, Laerte, Cynthia): digo SEJA BEM VINDA AO MUNDO, KELLY CRISTINA MARTINS. 

E vamos à luta, juntos, em busca de seus direitos. Nasceu já com 35 anos, linda e bela...

Uma Homenagem de SRM Produções, para uma pessoa especial, que há seis meses passou a fazer parte integral de minha vida: Kelly Cristina Martins. 

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Saiba mais sobre o crossdressing ou crossdresser

Olá...Segue uma matéria interessante, do Psicólogo Claudeci de Souza sobre o crossdressing.

Saiba mais sobre o crossdressing, acessado em 26/08/2015 às 09h10

O que é?

Esse é um assunto que poucos conhecem e costuma causar estranheza quando as pessoas têm contato com o assunto, o que normalmente vem acompanhado com preconceito ou idéias errôneas sobre o tema.
O termo crossdresser ou cross-dressing (cross: cruzar e dressing: roupa), como não há uma tradução desse termo para o português, ele quer dizer pessoas que gostam de usar roupas típicas do sexo oposto. É muito mais comum homens desejando usar peças de mulher que o contrário.

Aspectos psicológicos

Como psicólogo, falarei nesse texto sobre os aspectos psicológicos que envolvem esse assunto.

Sempre recebo perguntas por e-mail ou mesmo pessoas em meu consultório apresentando questões relacionadas ao crossdresser. Tais questões são acompanhadas, normalmente por sofrimentos, principalmente por falta de conhecimento próprio e/ou de quem convive com a pessoa.

O e-mail abaixo que recebi de um homem de 40 anos, ilustra um pouco do que me refiro:

“Oi Dr. tudo bem? sou casado há 10 anos, antes mesmo de ser casado já tinha este desejo louco por calcinha sempre gostei de usar,quando casei deixei de usar um tempo. Mas depois veio a vontade de usar, foi então que tive que contar para minha esposa. Foi difícil para ela aceitar, até que acabou aceitando. Só que um belo dia ela disse que não aguentava mais aquela situação e disse ou você para ela contaria para todo mundo. Então depois desta chantagem dei um tempo, ai comecei a usar escondido pois não consigo para de usar, não cinto atração por homem apenas um desejo incontrolável de usar calcinha. Tenho certeza que não sou gay. Não sei mais o que fazer, por favor me ajude.”

O sentimento

Por falta de pesquisa sobre esse tema, não temos dados consistentes na literatura para falarmos em porcentagem. Por isso aqui me referirei a dados quantitativos com base empíricas.

Na grande maioria dos casos se referem a homens que desejam usar roupas típicas de mulher, em especial as íntimas, como calcinha, cinta liga, por exemplo. Mas além das lingeries, também há muitos que gostam de vestidos, meia calça, sapatos, pulseiras, brincos e mesmo a maquiagem.

No relato dessas pessoas, fica claro o prazer que envolve essa prática. Em muitos casos o prazer é solitário:“Eu como não posso falar para ninguém dessa minha vontade, muitas vezes eu coloco a calcinha e vou trabalhar. Só eu sei, e isso já me excita, me dá prazer.” Por outro lado, a vontade de compartilhar com pessoas desse assunto é um desejo comum. Do mesmo modo como é comum falarmos de coisas que nos excitam no sexo, e se esse comportamento (de falar) se mantém, é porque sempre que falamos sentimos a sensação de prazer, de bem estar, porque é gostoso. No caso dos crossdresser, ocorre o mesmo, porém, com a dificuldade de encontrar pessoas que entendam, compartilhem dessa mesma emoção ou no mínimo não critique ou não tenha preconceito.

É muito difícil andar fora daquilo que é visto pela sociedade como "normal". Por isso quando tais pessoas não podem ter essa vivência, começa então o sofrimento.

Conceitos equivocados

É muito comum as pessoas leigas ou profissionais como psicólogos e médicos associarem o crossdresser a travesti, ao homossexual ou sem-vergonhice.

O crossdresser não tem o desejo de fazer plásticas e colocar silicone no corpo modelando-o para parecer uma mulher, como é o caso do travestis, o prazer estar em se vestir com roupas de mulher.

Também não é verdade que todo crossdresser é homossexual. Aliás, esse é um conceito muito equivocado, pois o homossexual não tem vontade de ser mulher. Além disso, querer se vestir como uma mulher e se excitar com isso, não são características da homossexualidade.

Porém há crossdresser que também são homossexuais, mas uma coisa não está relacionada à outra.

Possíveis problemas

Um dos possíveis problemas passa a existir para essas pessoas, quando esse comportamento se caracteriza a única forma de se obter prazer sexual. Quando essa pessoa perde muito tempo, do seu tempo útil, pensando em meios para vivenciar esse prazer. Quando a relação com a parceira (o) deixa de ser vivenciada de modo saudável por casa dessa questão.

Ajuda

Por falta de informação, muitos sofrem, e esse sofrimento acaba atrapalhando outros setores da vida da pessoa.

É muito importante que a pessoa procure ajuda especializada para entender o que porque do sofrimento ou mesmo o porquê dessa forma de obter o prazer e assim encontrar meios para resolver as questões que causam o sofrimento.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Homem transgênero adiou transição para dar à luz

Fonte da reportagem:

http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2015/08/10/homem-transgenero-adiou-transicao-sexual-para-dar-a-luz.htm acessado em 19/08/2015 às 19h36

AJ Kearns tem 41 anos e é o primeiro "homem trans-identificado" que gerou uma criança, segundo o psiquiatra Fintan Harte. Kearns decidiu adiar o processo de transexualidade para dar à luz um dos filhos (Luka, hoje, com três anos) com a, agora, ex-mulher, Zu White. Ele se autodenomina pai, mas diferente dos outros, pois é o único que pariu. As informações são do site "Buzzfeed".
O homem transgênero começou sua família com Zu quando ela engravidou de Jasper, o primogênito do casal. Porém, por conta das complicações durante o parto, eles resolveram que, para terem o segundo filho, Kearns engravidaria. Para tanto, ele deixou de lado os tratamentos hormonais para transição que o tornaria homem fisicamente.
AJ parou o tratamento hormonal para engravidar de Luka
AJ parou o tratamento hormonal para engravidar de Luka
O "pai que deu à luz" passou os primeiros 35 anos de vida como Vicki-Anne e considera o dia do nascimento de Luka um dos momentos mais felizes de sua vida. "Me sinto privilegiado por ter tido essa experiência, fui testemunha do milagre da vida. Sou um homem de família e esse é o meu maior bem", falou ao "Australian Story", programa de TV da rede ABC.
Sobre como conversam com os filhos a respeito das gestações, White disse que sempre foram honestos. "AJ e eu sempre falamos a verdade para as crianças. Quando eles nos perguntam de onde vieram, dizemos que um deles veio da barriga do pai e o outro da barriga da mãe", disse White ao programa de TV.
AJ e Zu com os filhos Jasper, de seis anos, e Luka, de três, gerada pelo pai